O frevo é um ritmo musical e uma dança brasileira com origem no estado de Pernambuco , misturando marcha, maxixe e elementos da capoeira. Foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO

A palavra Frevo

A palavra Frevo nasceu da linguagem simples do povo e vem de "ferver", que as pessoas pronunciavam "frever". Significava fervura, efervescência, agitação. Frevo é uma música genuinamente pernambucana do fim do seeculo XIX - acredita-se que sua origem vem das bandas de música, dobrados e polcas. Segundo alguns é a única composição popular no mundo onde a música nasce com a orquestração. 

Os passos da dança simbolizam uma mistura de danças de salão da Europa, incluindo passos de ballet e dos cossacos.
A dança originou-se dos antigos desfiles quando era preciso que alguns capoeiristas fossem à frente, para defender os músicos das multidões, dançando ao rítmo dos dobrados. Assim nascia o Passo. Os dobrados das bandas geraram o Frevo, que foi assim chamado pela primeira vez em 12/02/1908, no Jornal Pequeno.

Pode-se dizer que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, especialmente para o Carnaval. No decorrer do tempo a música ganhou um gingado inconfundível de passos soltos e acrobáticos. A década de trinta foi um marco para dividir o ritmo em Frevo-de-Rua, Frevo-Canção e Frevo-de-Bloco


Nos anos 30, com a popularização do ritmo pelas gravações em disco e sua transmissão pelos programas do rádio, convencionou-se dividir o frevo em FREVO-DE-RUA (quando puramente instrumental), FREVO-CANÇÃO, (este derivado da ária, tem uma introdução orquestral e andamento melódico, típico dos frevos de rua) e o FREVO-DE-BLOCO. Este último, executado por orquestra de madeiras e cordas (pau e cordas, como são popularmente conhecidas), é chamado pelos compositores mais tradicionais de marcha-de-bloco (Edgard Moraes, falecido em 1974), sendo característica dos "Blocos Carnavalescos Mistos" do Recife.



Frevos de blocos


Sua origem está ligada a serenatas promovidas por rapazes animados. Sua orquestra é composta de Pau e Corda. Frevos-de-bloco famosos: Valores do passado, Evocação número um, Saudade, dentre outros.



 



Frevos Canção






No fim do século passado surgiram melodias bonitas como a marcha número um do Vassourinhas, atualmente convertida no hino oficial do carnaval recifense. É constituído por uma introdução forte de frevo, seguida de canção, concluindo novamente com frevo.
 
Frevo de Rua



O frevo-de-rua é composto de uma introdução geralmente de 16 compassos seguindo-se da chamada "resposta", de igual número de compassos, que por sua vez antecede a segunda parte, que nem sempre é uma repetição da introdução. 

Divide-se o frevo-de-rua, segundo terminologia usada entre músicos e compositores, em frevo-de-abafo (chamado também frevo-de-encontro) onde predominam as notas longas tocadas pelos metais, com a finalidade de diminuir a sonoridade da orquestra do clube rival; frevo-coqueiro, uma variante do primeiro formado por notas curtas e agudas, andamento rápido, distanciando-se, pela altura, do pentagrama; o frevo-ventania é de uma linha melódica bem movimentada, na qual predominam as palhetas na execução das semicolcheias, ficando numa tonalidade intermediária entre o grave e o agudo; o terceiro tipo, no qual trabalham os novos compositores, é o chamado frevo-de-salão que é um misto dos três outros tipos e, como o nome está a dizer, é justamente como o frevo-ventania, executado única e exclusivamente nos salões, por explorar muito pouco os metais da orquestra, em favor da predominância das palhetas.

Para o musicólogo Guerra Peixe , in Nova história da Música Popular Brasileira - Capiba, Nelson Ferreira (Rio, 1978), é "o frevo a mais importante expressão musical popular, por um simples fato: é a única música popular que não admite o compositor de orelha. Isto é, não basta saber bater numa caixa de fósforos ou solfejar para compor um frevo. Antes de mais nada o compositor de frevo tem de ser músico. Tem que entender de orquestração, principalmente. Pode até, não ser um orquestrador dos melhores, mas, ao compor, sabe o que cabe a cada seção instrumental de uma orquestra ou banda. Pode, inclusive, não ser perito em escrever pautas, mas, na hora de compor, ele sabe dizer ao técnico que escreverá a pauta, o que ele quer que cada instrumento faça e em que momento. Se ele não tiver esta capacidade musical não será um compositor de frevo"


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