A Capela Dourada, também chamada de Capela dos Noviços, é uma capela da Ordem Franciscana localizada em Recife, no Brasil, dentro do complexo de edifícios do Convento e Igreja de Santo Antônio, e que inclui também o Museu Franciscano de Arte Sacra.
A construção da capela foi fruto de uma iniciativa dos Irmãos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, criada em Recife no século XVI. Sendo abastados muitos de seus membros, decidiram erguer uma capela para os noviços da Ordem. A pedra fundamental foi lançada em 13 de maio de 1696 pelo Capitão General Caetano de Melo Castro, sendo mestre-construtor o Capitão Antônio Fernandes de Matos.
A capela foi aberta ao público em 15 de setembro de 1697, com missa presidida pelo Comissário Visitador Frei Jerônimo da Ressurreição, embora ainda não estivesse inteiramente terminada, permanecendo em obras até 1724.
Nascendo em uma época de grande prosperidade na região, ao longo do tempo a capela recebeu melhorias e rica decoração barroca, e sua condição atual data basicamente dos séculos XVII e XVIII. Seu nome deriva da grande quantidade de ouro empregada na cobertura da exuberante talha de madeira que forra praticamente todos os espaços das paredes, altares e teto.
A sua construção e decoração contou com a participação de diversos artistas de importância na região. O teto com os arcos externo, do cruzeiro e da capela-mor, bem como mobiliário auxiliar, são obra de Luís Machado, do século XVII. O teto é dividido em caixotões para painéis pintados a óleo, com cenas diversas.
A capela-mor, com um nicho central para um grande crucifixo e nichos laterais para São Cosme e São Damião, foi entalhada por Antônio Martins Santiago em 1698, e foi dourada por Manuel de Jesus Pinto em 1799.
Ao longo das paredes laterais existe uma série de painéis de azulejos, altares menores com importante estatuária, dos quais se destacam o de Santa Isabel, o do Cristo atado à coluna, e o do Senhor dos Passos (com uma imagem de roca em tamanho natural com incrustações de rubis), e dezenas de painéis pintados representando santos e personificações das virtudes da Fé, Esperança, Caridade e Constância. As pinturas foram executadas entre os séculos XVIII e XIX pelos mestres José Ribeiro de Vasconcelos (entre 1759 e 1761), José Pinhão de Matos e João Vital Correia (em 1864), sendo dignas de maior atenção duas, de grandes dimensões, junto às bancadas, representando a prisão e morte de mártires franciscanos, cujos algozes, curiosamente, tiveram suas faces apagadas e riscadas, em data desconhecida, pela indignação de algum devoto.
Na sacristia existe ainda mobiliário esculpido em jacarandá, datando de 1762, além de uma mesa de mármore e de um lavabo importados de Estremoz.