Pernambuco foi palco de várias revoltas, revoluções e conspirações, em geral inspiradas pela Revolução Francesa, pela maçonaria e pelo Iluminismo. Idéias européias de liberdade, igualdade e fraternidade se espalhavam entre os pernambucanos mais afortunados, geralmente os aristocratas literatos dos engenhos de cana-de-açúcar. Chegou até mesmo a existir por alguns meses a República Pernambucana, resultado da Revolução de 1817. Apesar da última revolução datar do meio do século XIX, todas elas influenciaram profundamente o estado, e o fazem até hoje - a bandeira atual, por exemplo, foi instituída na Revolução de 1817.

Com a expulsão dos holandeses da Região Nordeste, houve uma importante alteração nas características econômicas de Pernambuco. A exploração açucareira, outrora patrocinada pelos investimentos da colonização holandesa, agora passava por sérias dificuldades que vieram a estabelecer uma crise em tal setor. 

Os decadentes senhores de engenho, em sua maioria estabelecidos na cidade de Olinda, passaram a contrair empréstimos junto aos comerciantes portugueses da cidade de Recife (também conhecidos como “mascates”) para, dessa forma, continuarem a empreender suas atividades agrícolas. Mesmo contando com tais recursos, os senhores de engenho não conseguiriam competir com o açúcar produzido nas Antilhas, que possuía melhores preços no mercado europeu. 

Derrotados pela concorrência comercial antilhana, os senhores de engenho não conseguiam saldar suas dívidas junto aos comerciantes de Recife. Tal impasse gerou um clima de rivalidade entre comerciantes portugueses e os senhores de engenho recifenses. Ameaçados pela inadimplência dos senhores de engenho, os comerciantes portugueses pressionaram a Coroa para que Recife se tornasse uma vila independente. 

Com a obtenção de tal título, em 1709, os comerciantes portugueses se livraram do predomínio político exercido pelos senhores de engenho de Olinda. Além disso, com a emancipação, teriam força política para cobrar as dívidas dos senhores de engenho. Insatisfeitos com a decisão do governo metropolitano, os olindenses iniciaram um conflito exigindo a anulação dos privilégios dos comerciantes portugueses. 

Entre os anos de 1710 e 1711, a região de Recife e Olinda se tornou palco de uma série de conflitos que envolveriam a disputa político-econômica entre senhores de engenho e portugueses. Buscando resolução ao conflito, o rei D. João V, em 1714, resolveu anistiar todos os envolvidos nessa disputa, manteve as prerrogativas político-administrativas de Recife e promoveu a cidade ao posto de capital do Pernambuco.




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