Mauritsstad, o Recife nassoviano.O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os holandeses que sobreviveram seguiram para Casa Forte, sendo novamente derrotado pela aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram novamente para as casas-forte em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos insurretos. Por fim, Olinda foi recuperada pelos rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo de Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro.
Em 19 de abril de 1648, os holandeses romperam o cerco, dirigindo-se para Cabo de Santo Agostinho. O local foi palco de duas importantes batalhas da história militar brasileira - as duas Batalhas dos Guararapes - a primeira ocorrendo assim que os invasores chegam ao local, e a segunda pouco menos de um ano mais tarde, em 19 de fevereiro de 1649. O destino dos invasores foi selado com a segunda Batalha dos Guararapes, porém os invasores permanecem cercados até 1654. No dia 20 de janeiro desse ano, foram penetradas as últimas defesas holandesas, forçando os invasores a assinar um tratado de rendição. Após 24 anos de dominação holandesa sobre Pernambuco, após 62 horas de negociação, em 27 de janeiro de 1654 na Campina da Taborda, os holandeses se renderam incondicionalmente, entregando as 73 chaves da cidade maurícia aos insurretos vitoriosos.
A Restauração Pernambucana foi um marco importante para o Brasil, tanto militarmente, com a consolidação das táticas de guerrilha e emboscada, quanto sócio-politicamente, com o aumento da miscigenação entre as três raças (negro africano, branco europeu e índio nativo) e o começo dum sentimento de nacionalidade.
O historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello comenta em sua obra «A fronda dos Mazombos», que, em 27 de janeiro de 1654, o exército de Von Schkoppe se rendeu no Recife, pondo fim a um quarto de século de domínio holandês, e «cinquenta anos depois parte da «nobreza da terra», ou seja, dos filhos e netos dos que haviam restaurado a suserania portuguesa, promovia uma sedição contra o governador Castro e Caldas», que governou Pernambuco de 1707 a 1710. E que, na historiografia brasileira, a chamada Guerra dos Mascates» representaria «um caso típico de ´carro diante dos bois´, utilizada «como marco romanesco em obras de José de Alencar ou de Franklin Távora. Segundo ele, Robert Southey, Varnhagen, Handelmann, Capistrano de Abreu (que apelida «os pais fundadores da historiografia brasileira») perceberam a conexão entre a experiência da guerra batava e os conflitos civis de 1710-1711. Sua obra é a tentativa de «preencher a lacuna que representa a inexistência de uma história da Guerra dos Mascates e do meio século que a precedeu».
Foram governadores e capitães-generais de Pernambuco neste período de 1654 a 1718
1654-1657 : Francisco Barreto de Menezes
1657 - 1661 : André Vidal de Negreiros
1661 - 1664 : Francisco de Brito Freire
1664 - 1666 : Jerônimo de Mendonça Furtado, apelidado o Xumbergas
1666 - 1667 : Junta provisória
1666 : André Vidal de Negreiros
1667 - 1670 : Bernardo de Miranda Henriques
1670 - 1674 : Fernão de Souza Coutinho
1674 : Junta provisória
1674 - 1678 : D. Pedro de Almeida
1678 - 1682 : Aires de Souza de Castro
1682 - 1685 - D. João de Souza
1685 - 1688 : João da Cunha Souto Maior
1688 - Fernão Cabral
1688 - 1689 - D. Matias de Figueiredo e Melo
1689 - 1690 - D. Antonio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho
1690 - 1693 : Marquês de Montebelo
1693 - 1699 - Caetano de Melo e Castro
1699 - 1703 : Fernando Martins Mascarenhas
1703 - 1707 : Francisco de Castro Morais
1707 - 1719 : Sebastião de Castro Caldas
1710 - 1711 : D. Manuel Álvares de Costa
1711 - 1715 : Félix José Machado
1715 - 1718: D. Lourenço de Almeida
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